Um projeto em discussão no Senado Federal pode alterar a forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. A proposta também vale para o benefício concedido às pessoas com mais de 60 anos de idade.
O projeto em análise no Senado também revoga a Medida Provisória 2.208, editada em 2001, que acabou com a exclusividade das entidades estudantis na emissão da identidade estudantil.
O projeto dos Senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Flávio Arns (PT-PR) consiste basicamente em constituir um modelo único de carteirinha do estudante a ser utilizada em todo território nacional, acabando com a Medida Provisória 2.208 que permitia ao estudante utilizar-se da meia-entrada apresentando um documento de sua instituição de ensino, acompanhado da carteira de identidade. Fica evidente ai, a articulação desses Senadores, "TEORICAMENTE" membros de blocos políticos opostos, em fornecer a UNE (União Nacional dos Estudantes), a exclusividade na comercialização dessa carteirinha, como consta no projeto de lei no que tange ao favorecimento de tal exclusividade a entidade estudantil credenciada.
O projeto é tão absurdo que chega a ser grotesco pela forma como favorece uma entidade que em "TESE" deveria ser autônoma e jamais funcionar como um órgão do Governo. A muito tempo sabemos que a UNE de forma velada trabalha como braço governista, mas será a primeira vez que isso ficará expresso e formalizado através de uma Lei, um tremendo desrespeito ao valor histórico da UNE que agora cobrará do estudante um valor determinado para a confecção das carteirinhas. O mais bizarro e escandaloso é observar que foi no último ano do Governo FHC, que foi concedido o direito aos estudantes de ter a sua meia-entrada apresentando apenas a identidade e documento de sua instituição de ensino.
Avançando mais na questão, a lei proposta por PT e PSDB limita a 40% do total de ingressos a venda nos shows, espetáculos, peças teatrais e cinemas, o número de entradas pela metade do preço. Ora, é ai que notamos o alinhamento político de "tucanos" e "petistas" e também dos pseudo-comunistas do PCdoB que hoje encontram-se na gestão da UNE, todos unidos com um único objetivo ao meu ver, LIMITAR O ACESSO DOS ESTUDANTES À CULTURA e garantir uma base que já é elevada de lucro, a grupos de empresários do setor de produção cultural. Vale ressaltar que o setor de produção cultural, hoje conta com a participação intensa de grupos de bancos como o UNIBANCO que gerencia uma das principais redes de salas de projeção e produção cultural do Rio de Janeiro.
É, parece que o "buraco é mais em baixo" e os interesses que serão garantidos em lei não são o da população e sim de alguns conglomerados financeiros que sustentam grupamentos políticos.
O setor de produção cultural e os Senadores Arns e Azeredo garantem que com essa nova lei, o valor total dos ingressos diminuirá, baseiam suas explanações nas chamadas "leis de mercado", mas fica aqui a pergunta, existe algum mecanismo na lei, ou outra lei especifica que regulará um teto para o preço dos ingressos!? A resposta é simples, NENHUM ARTIGO NA LEI TRATA DISSO, E NENHUMA OUTRA LEI REGULAMENTA O VALOR DOS INGRESSOS. O povão ficará a mercê uma vez mais dos valores abusivos e a cultura, direito de todos, se tornará objeto de luxo, garantido a uma seleta classe social privilegiada. Parece que nada muda, e quando muda é pra pior.
Mas temos que combater essa palhaçada galera, fica ai a idéia...
Fé em Deus
Rud
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
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4 comentários:
Entrou na onda de blogueiro tbm, é? abração cara!
Fala Rud!
boa sorte na nova empreitada...
Abraços!
Antes de tudo, boa sorte nesta profissão do futuro! como chamam por aí a onda dos blogues...
MAs essa lei é realmente um fato curioso! cada vez mais a influência, na constituição,da iniciativa privada. A mesma deve se defender para se estabelecer, e concordamos com isso na Câmara, no Senado... vamos em frente para privatizar a constituição! Porque se o Estádio Mário Filho foi privatizado, acho que para a meia-entrada mudar de regras será um nó na gravata agargantada dos nossos concidadãos ilustres no poder! Nó necessário...para mantê-los alinhados!...
Há braços,
Yuri Cavour
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